sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Dom Casmurro

Estava namorando esse livro há tempos, mas não conseguia ler. Aproveitei as férias para ver "Capitu", uma mini-série da Globo baseada na obra de Machado de Assis. Fiquei tão apaixonada pela série que tive de correr para ler o livro! Na tv, a obra ganha vida de uma forma maravilhosa, com ótima atuação e trilha sonora perfeita. É uma mistura do contemporâneo com o antigo que, ao meu ver, tem a nota máxima. De longe a melhor coisa já produzida pela Globo. Recomendo muito! E, agora, vamos ao livro, que é o ponto principal desse meu post.
Em "Dom Casmurro", temos a história de amor de Capitu e Bentinho, contada pelo próprio. Passa-se pela infância e pela adolescência, até o casamento e a velhice. Bento Santiago, o Dom Casmurro, recebe esse apelido por ter se tornado recluso e solitário. Não tendo um melhor passatempo, resolve escrever um livro de memórias, contando sua história. Desde que nascera, Bentinho tinha como destino se tornar padre, graças à uma promessa feita pela mãe. Não querendo ir ao seminário, pois estava apaixonado pela vizinha Capitu, ele tenta se livrar ao máximo da obrigação. Consegue e vai estudar longe. Ao voltar, já um homem feito, casa-se com Capitu e os dois vivem a sua história de amor. Porém, tudo gira ao redor das desconfianças e dos ciúmes de Bentinho, que insiste que Capitu o traiu com seu melhor amigo, Escobar. Afundado em mágoas e desespero, Bentinho se afasta de todos e no fim, fica sozinho. A grande jogada da história toda é a dúvida eterna: Capitu traía mesmo seu marido?
Machado de Assis é um gênio. Esse é o resumo de tudo que eu penso dele. Escreve graciosamente, sem perder a precisão. Põe o leitor no lugar do seu personagem e vive com ele todas as emoções escritas nas páginas do livro. A leitura volta ao passado algumas vezes, mas é, em geral, retilínea. Assis tem a ironia, a melancolia e a beleza na ponta da caneta (ou da pena) e passa toda sua sabedoria para aquela amáveis letras.
Fiquei extremamente apaixonada pelo livro, pelos personagens, pelo modo que o autor foi encaminhando a história e, também, pela mini-série de 2008. Acho que esse é o tipo de livro necessário em todo criado-mudo e que todos devem ler, não só para fazer trabalhos escolares. Minha nota é, claro, 10! E a você, querido leitor, faço uma súplica: dê uma chance ao mundo Machadiano.
"Tudo acaba, leitor, é um velho truísmo a que se pode acrescentar que nem tudo dura muito tempo"

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A Zona Morta

Olá, caros leitores. Acho que o título do livro que vou falar hoje tem bastante a ver com a situação do blog ultimamente. Isso se deve ao fato de eu ter simplesmente parado de ler desde Outubro. Uma vergonha, eu sei, mas aconteceu. Agora voltei bela e radiante para falar do livro que eu acabei de ler (para ser mais exata, acabei de ler há 32 minutos). Então, chega de enrolação e vamos ao que interessa.
"A Zona Morta" foi o meu primeiro livro do Stephen King. Comprei na Bienal, estava em promoção e eu paguei a bagatela de R$9,90. Resolvi não comprar "À Espera de um Milagre" porque me arrebentei de chorar vendo o filme e acho que não ia aguentar isso de novo e mil vezes pior. Também não quis comprar "O Iluminado" porque todo fã de Friends sabe que esse é o livro favorito do Joey e, quando a leitura fica assustadora e ele tem medo, ele coloca o livro no congelador. Estranho, eu sei, mas esse meu pensamento não me deixou comprar "O Iluminado": tive medo de acabar colocando-o no congelador. Resolvi, por fim, levar "A Zona Morta".
A história é sobre um professor chamado Johnny Smith que, após sofrer um grave acidente de carro, fica quatro anos e meio em coma. Quando Johnny acorda, percebe que tudo mudara em sua vida, inclusive em seu cérebro. Acontece que há uma parte nele, a chamada Zona Morta, que não reconhece certos objetos e lugares. Graças à essa área, Johnny ganha poderes paranormais e, com apenas um toque, consegue ver a vida de uma pessoa na sua mente. Ao conhecer Greg Stillson, um deputado perigoso, Johnny o vê como presidente e o país afundado em uma guerra nuclear. E cabe a Johnny Smith salvar o futuro dos Estados Unidos.
É uma história rica em mudanças de tempo e de cenários. Volta-se ao passado para explicar o que ocasionou certo acontecimento e viaja-se ao futuro diversas vezes. Talvez isso possa te deixar confuso algumas vezes, assim como eu fiquei, mas é só uma questão de atenção. Há também enormes misturas de discurso direto com discurso indireto, primeira pessoa com terceira pessoa, dentre outros tipos de confusão. Contudo, devo confessar que adorei o modo que King levou a sua história desde o início. Tudo muito bem caracterizado e com uma narração eletrizante. Para ser bem sincera, é uma história muito eletrizante. Você pode até pensar: "nossa, que grande besteira essa de um homem acordar de um coma com poderes psíquicos", mas não! Não é uma grande besteira. É um história muito boa.
Mas é aí que eu vou me limitar. Adorei a história e o modo como ela foi escrita, mas há alguns quesitos que me decepcionaram. Por exemplo, a necessidade que o autor mostrou em expressar desprezo por Deus e seus seguidores. Em inúmeras partes do livro, fala-se de religião como algo doentio e King faz um esforço muito grande para botar alguma dúvida sobre Deus no ar. Uma vez ou outra até dava para aguentar, mas isso ocorre muitas e muitas vezes durante a leitura. Não estou dizendo que não gostei por se tratar de Deus, mas por ser uma atitude repetitiva e massante. Não gostei mesmo disso na história e por causa disso eu não indico esse livro. A não ser, é claro, que você não se importe com esses detalhes. Porque, volto a repetir, a história vale a pena, menos essa parte pedante e muito, muito chata do autor.
Para quem interessar possa, esse livro virou filme, como muitos outros do autor. "Na Hora da Zona Morta" é um longa de 1983. Acho até que vou assistir. Gosto de ver como os livros que leio ficam quando vão para a telona.
Essa é a minha opinião sobre "A Zona Morta" e espero que entendam. Talvez eu leia outros livros do Stephen King e talvez eu goste mais do que esse. Minha nota para esse livro seria 7. E você? O que acha sobre o livro e o post?
"Todos nós fazemos o que podemos, e isso tem de ser bom o bastante... e se não é bom o bastante, temos de continuar fazendo."